segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Poesia de Paulo Leminski
Abrindo um antigo caderno
foi que eu descobri:
Antigamente eu era eterno.
Paulo Leminski
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Tarde de vento.
Até as árvores
querem vir para dentro.
Paulo Leminski
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A noite me pinga
uma estrela no olho
e passa.
Paulo Leminski
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PARADA CARDÍACA
Essa minha secura
essa falta de sentimento
não tem ninguém que segure,
vem de dentro.
Vem da zona escura
donde vem o que sinto.
Sinto muito,
sentir é muito lento.
Paulo Leminski
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DESENCONTRÁRIOS
Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu.
Falou em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.
Parecia fora de si,
a sílaba silenciosa.
Mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.
Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército,
para conquistar um império extinto.
Paulo Leminski
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não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino
Paulo Leminski
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